O Alto do Moura
É um bairro do município de Caruaru, capital do agreste pernambucano, localizado a cerca de 135 km do Recife. Reconhecido popularmente como o maior Centro de Artes Figurativas das Américas, no Alto do Moura praticamente toda casa é ateliê e todo morador é artesão que de maneira completamente orgânica e autogestionada construíram a uma das maiores comunidades artesãs do Brasil.
A arte do barro, passada de geração para geração, retrata cenas do cotidiano e dos costumes do povo nordestino. Mestre Vitalino, que começou a modelar bonecos aos seis anos de idade, foi o primeiro artesão da comunidade a ganhar reconhecimento nacional e internacional de seu estilo peculiarmente crônico e próprio. Nessa vanguarda o acompanharam grandes nomes como Mestre Zé Caboclo e Mestre Manuel Eudócio, esse último patrimônio vivo de Pernambuco dessa tríade que foi o pilar original do que é o Alto do Moura hoje. Graças à esse movimento inicial dessas três figuras que se deslanchou a aptidão do lugar pelo barro. Importante destacar que nesse processo de solidificação da arte figurativa na comunidade ocasionou um impacto definidor para a Feira de Caruaru, hoje patrimônio imaterial do Brasil, onde foi e ainda é comercializado uma parte da produção do Alto do Moura, esse artesanato figurativo foi durante todo esse tempo carro-chefe para o desenvolvimento da feira e porque não dizer do município de Caruaru.
O Alto do Moura uma comunidade de artesãos populares. Distante 7 km do centro da cidade de Caruaru, este povoado concentra mais de 1.000 artesãos que moldam dia-a-dia o homem nordestino, levando nossa cultura até os pontos mais distantes do nosso planeta. Lá, cada residência se transforma em ateliê, envolvendo toda a comunidade local, desde o mais simples ajudante àqueles que moldam o barro transformando-o em arte. Hoje, arte e artesãos vêem suas peças ultrapassarem as fronteiras do país, retratando uma terra, sua cultura, seu povo, sua gente.
Fontes: Imaginário Pernambucano, Prefeitura Municipal de Caruaru.
Foto: Eliema Santos
Edição: Leanderson Amorim